A
falta de domínio da tabuada é um dos fatores que leva os estudantes a terem
dificuldades na aprendizagem matemática. Essa defasagem – que tem origem nos
anos iniciais do ensino fundamental – promove problemas que percorrem toda a
vida escolar, acadêmica e profissional do aluno.
Muitos fatores contribuem para que
esse quadro ruim ocorra, no entanto, existem condições pedagógicas bastante
significativas que podem aprimorar e fazer a diferença no trato com a tabuada. Atualmente
o trabalho do professor tem objetivos focados no sentido de que o aprendiz
compreenda como se dá a construção da operação de multiplicação (utilizando
para isso a soma das quantidades), esperando-se que a partir daí o mesmo passe
a ter a habilidade necessária para realizar cálculos. Nesta perspectiva, atividades
de memorização têm ganhado pouquíssimo espaço, fato esse que em grande parte se
deve ao combate a tão famosa “decoreba”.
O surgimento dessa nova abordagem
trouxe pontos positivos e negativos ao trabalho com a tabuada. Os pontos
positivos se referem ao fato de que a prática pedagógica passou a demonstrar
com ênfase como ocorre a construção da operação matemática, realidade essa que
antigamente era pouco considerada. Já os pontos negativos estão relacionados,
sem sombra de dúvidas, a falta de memorização da tabuada. Quando os cursos de
formação de professores passaram a orientar para que a atividade docente
levasse o estudante a compreender a construção da tabuada, e não a decorá-la,
muitos equívocos apareceram e hoje trazem reflexos contraproducentes no ensino
de matemática como um todo.
O fato é que é imprescindível que o aluno
saiba como se compõem as operações, assim como é imprescindível que o mesmo
saiba toda a tabuada “na ponta da língua”. Mas por que é tão importante
memorizar a tabuada?
Saber a tabuada é necessário, basicamente,
para resolver cálculos de multiplicação. Imagine um aluno dos anos iniciais do
ensino fundamental tendo que resolver uma operação com vários números nos dois
termos, e que não tem domínio da tabuada. Ele provavelmente tentará usar o
conhecimento referente às construções das operações, como por exemplo, para
resolver quanto é 7x9, fará 9+9+9+9+9+9+9=63; certamente o resultado será o mesmo
do que se ele tivesse memorizado que 7x9=63, mas, por outro lado, observe o
tempo e o desgaste que este aluno irá ter para resolver um cálculo médio ou
grande. A chance de este estudante desistir devido ao cansaço – ou mesmo errar –
é enorme, e são estes tipos de processos que vêm contribuindo para o
aparecimento de dificuldades na aprendizagem de matemática. Nesse caso em
especial, porque a maioria das atividades docentes não vem cobrando nem
incentivando que os aprendizes decorem – ou memorizem, como se diz atualmente –
a tabuada, na expectativa de que os mesmos passem a interiorizá-la com o tempo
através do conhecimento de como se dá a sua construção.
É essencial que o fazer pedagógico exija que
o aluno saiba como se dá a construção da tabuada e, ao mesmo tempo, memorize-a,
pois a memorização será a habilidade mais utilizada pelo estudante no decorrer
da sua vida no trato matemático com a multiplicação. Por isso o professor não
deve abrir mão de técnicas de memorização lúdicas e tradicionais, como por
exemplo, jogos, dinâmicas e ditados orais e escritos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário