Diego Sebastião Fagundes
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Muitos
educadores, ao serem perguntados, têm dúvidas ao responder qual a verdadeira
finalidade da lição de casa, embora utilizem-na periodicamente em suas práticas
docentes.
A
resposta, contudo, é quase sempre a mesma: exercitar conteúdos trabalhados em sala de
aula.
Mas
será que é só isso?
Definitivamente
não. A lição, tema, tarefa, ou qualquer outro nome que se queira dar, é algo que vai
muito além do exercício em casa daquilo que se aprendeu na escola. Seu contexto
é muito mais amplo e rico em coisas que não só ensinam, como também educam. A lição de casa deve ser concebida como algo que desenvolve comprometimento e
responsabilidade com a escola nos momentos em que o aluno está fora dela. Tal
procedimento irá auxiliar na criação de um comportamento positivo no que diz
respeito ao cumprimento de obrigações, servindo para a vida toda, sendo
benéfico nas atividades pessoais e profissionais do educando. Dessa forma, o
docente deve dar total importância a lição de casa, mesmo sendo uma prática
singela.
Ao
ter compreendido a importância da lição de casa, o educador precisa agora saber
trabalhar com ela.
O
primeiro passo é a escolha do tipo de atividade. O professor deve dar uma
tarefa que o aluno possa cumprir, ou seja, pequena e simples. É necessário ter
em mente o contexto extracurricular, lembrando que muitas vezes os alunos
possuem outras atividades além da escola, e por isso o tempo de resolução da lição não pode ser muito longo. A ideia da lição de casa não é penalizar o aluno
com exercícios exaustivos, e sim, propor algo que ele tenha tempo de resolver. Nesse
mesmo compasso, deve-se optar por atividades menos complexas, as quais os
educandos tenham condições de realizar, pois, uma das premissas da lição de casa
é a cobrança – sempre – de sua realização, e por isso é necessário que se
trabalhe com atividades de fácil compreensão e que realmente possam ser feitas.
Além
da conferência da realização da lição de casa, a correção por parte do professor
é algo primordial. Tais procedimentos farão com que o aluno perceba que aquilo
é algo importante e que o mesmo precisa realizá-lo de acordo. Se assim não o
fizer, o educador passará ao educando a impressão de que a tarefa que lhe foi
dada é irrelevante, provida, talvez, no desprendimento docente.
Outro
ponto importante é estipular consequências para a não realização da lição de
casa. Por isso é importante que tudo fique muito bem esclarecido e registrado.
A escola precisa deixar claro para alunos, pais ou responsáveis, assim como para
a comunidade em geral, sobre a dinâmica da lição de casa, informando a concepção
desta atividade e o que se espera da mesma como contribuição na vida de seus
alunos. A previsão no Projeto Político Pedagógico, portanto, deve ocorrer de
forma explícita.
Com
relação a periodicidade do encaminhamento da lição de casa, é preciso que haja
um planejamento da escola como um todo, onde sejam levadas em consideração a
idade, a modalidade e a etapa de ensino, até para que não ocorra uma sobrecarga
de atividades para serem feitas em casa, o que desviaria a finalidade ora
almejada com a lição. Defende-se a opinião de que o encaminhamento da lição de
casa nos anos iniciais do ensino fundamental não deve ser diário, e sim deve
ocorrer três vezes por semana; a partir dos anos finais, entende-se que podem ser dadas duas lições por dia (uma de cada disciplina), e também deve ocorrer três
vezes por semana.
Diante disso, espera-se que a lição de casa passe a ser concebida como algo que vá além do exercício de
conhecimentos específicos, pois a mesma possui potencialidades que, se bem
trabalhadas, podem dar motivo ao desenvolvimento da prática da cidadania.